terça-feira, 16 de agosto de 2011

Sugestões de Livros

Livros sobre Revolução Francesa

A Revolução Francesa - Coleção Leitura   Autor: Hobsbawm, Eric J
   Editora: Paz e Terra
Revolução Francesa - Volume 1   Autor: Gallo Max
   Editora: L&PM
Revolução Francesa - Coleção L&pm Pocket Encyclopaedia   Autor: BLUCHE , FREDERIC; Rials Stephane
   Editora: L&pm
1789-1799 - A Revolução Francesa - Coleção Estudos   Autor: Mota, Carlos Guilherme
   Editora: Perspectiva
Origens Culturais da Revolução Francesa   Autor: Chartier, Roger
   Editora: Unesp
As Pompas de uma Rainha Extravagante - Série Revolução Francesa Volume III   Autor: Plaidy, Jean
   Editora: Record
Revolução Francesa e Iluminismo - Repensando a História   Autor: Grespan, Jorge
   Editora: Contexto
Luís, o Bem-amado - Série Revolução Francesa Volume I   Autor: Plaidy, Jean
   Editora: Record
1789 - O Surgimento da Revolução Francesa   Autor: Lefebvre, Georges
   Editora: Paz e Terra
A Estrada para Compiègne - Série Revolução Francesa Volume II   Autor: Plaidy, Jean
   Editora: Record
Política , Cultura e Classe na Revolução Francesa   Autor: Hunt, Lynn
   Editora: Companhia das Letras
A Escola dos Annales (1929 - 1989) - A Revolução Francesa da Historiografia   Autor: Burke, Peter
   Editora: Unesp
Pureza Fatal - Robespierre e a Revolução Francesa   Autor: Scurr, Ruth / Schild, Marcelo
   Editora: Record
As Funções da Retórica Parlamentar na Revolução Francesa   Autor: Gumbrecht, Hans Ulrich
   Editora: UFMG
Primórdios da Revolução Francesa   Autor: Junior, Manoel Pio Corrêa
   Editora: Expressão Cultura

Documentário

Trata-se de um documentário a partir de imagens e explicações detalhadas sobre "A Revolução Francesa" produzido para ser usado com material didático em sala de aula, que objetiva abordar todo o contexto em que se deu a Revolução Francesa e detalhar alguns temas fundamentais para sua compreenção tais como: o contexto histórico da França, a política adotada pelo rei Luiz XVI, os três Estados que formavam a piramide social da França no século XVIII, a insatisfação do povo contra os privilégios, a queda da "Bastilha" prisão símbolo do absolutismo frances, a Assembléia dos Estados Gerais, os líderes revolucionários "Robespierre, Danton e Marat", a constituição da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, os grupos revolucionários "Jacobinos e Girondinos", a fase do "Terror" marcada pela máquina da democracia a Guilhotina, o período do "Diretório", o "Golpe 18 do Brumário", Napoleão Bonaparte e as ideias iluministas que conduziram a revolução.


Segue o link: http://www.youtube.com/watch?v=SAZArzPfxGU

10 Filmes sobre a Revolução Francesa

1.  Danton (dirigido pelo polonês Andrzej Wajda, é o melhor drama sobre a revolução. foca na história do líder revolucionário Danton - Gerard Depardieu - e seu confronto pós-revolução com o ex-aliado Robespierre - o fantástico Woyciech Pszoniak -, agora no poder. contando com o apoio popular, acaba, traído, indo a julgamento)


2.  La Revolution Française (minissérie comemorativa dos 200 anos da revolução em 1989, dividida em duas partes, para ser exibido no cinema. traz Klaus Maria Brandauer no papel de Danton e Jane Seymour como Maria Antonieta. tenta ser correto historicamente, mas não foi um grande sucesso, nem mesmo na França. existe em dvd)


3.  Maria Antonieta (a versão de 1938, com Norma Shearer e Tyrone Power é uma visão adocicada e romanceada de uma das figuras mais emblemáticas do fim da realeza na França. uma linda princesa austríaca é levada à Versailles para casar-se com o futuro rei, Luis Aufusto, mas apaixona-se por um conde e terá que optar pelo coração ou a realeza. bem, como todo mundo sabe, ela acaba rainha e na guilhotina. esta história foi refilmada em tom pop, por Sofia Coppola em 2006)


4.  Casanova e a Revolução - La Nuit de Varennes (um curioso road-movie de Ettore Scola, contando a revolução sob o ponto de vista dos passageiros de uma carruagem que se dirige a Varennes, na mesma rota por onde o rei Luis XVI estava se deslocando, para escapar dos insurgentes. entre os passageiros estão um escritor controverso, uma condessa, uma cortesã da rainha, um ativista político americano e até o envelhecido sedutor Casanova - Marcello Mastroiani. interessante)


5.  A Queda da Bastilha (baseado no romance de Charles Dickens, "A Tale of Two Cities", conta a história de um triângulo amoroso em meio aos turbulentos tempos da revolução. um emigrante francês é acusado de espionagem e defendido por um advogado inglês, que se apaixona pela noiva do acusado. um bom filme, em sua primeira versão de 1935)


6.  O Pimpinela Escarlate (na França do século XVIII, um aristocrata - Leslie Howard - leva uma vida dupla. passa-se por um nobre afetado e patético, mas trama secretamente e usando disfarces, para livrar a nobreza e a população do reinado de terror imposto por Robespierre, que teria decapitado mais de 15 mil pessoas na guilhotina. esta versão de 1935 teve continuações e várias refilmagens)


7.  Scaramouche (pouco antes da revolução, a rainha Marie Antoinette pede ao seu primo marquês, que descubra a identidade de um panfleteiro que está atacando a imagem da nobreza. exímio espadachim, o primo mata o homem, mas deixa escapar seu amigo, que refugi-se em uma companhia teatral, onde vive sob a máscara de um bufão, enquanto treina para vingar a morte do amigo. capa-espada de primeira, dirigido por George Sidney em 1952)


8.  Napoleão (este clássico do cinema mudo, de 1927, dirigido por Abel Gance ainda é a melhor biografia de Napoleão Bonaparte. feito para ser a primeira de 6 partes - que nunca foram realizadas -, mostra desde a infância, sua evolução como estrategista militar e sua efetiva participação na revolução francesa. o filme foi inovador ao utilizar nos últimos 20 minutos, além das cenas panorâmicas, outras montagens em 3 telas simultâneas. inovador)


9.  Mercenários Num Reino em Chamas (antes da revolução, numa família aristocrática,  nascem dois irmãos gêmeos - Donald Sutherland e Gene Wilder - e ao mesmo tempo nascem numa família pobre, outros gêmeos - os mesmos atores. graças a uma confusão os bebês são trocados. quando começa a revolução, o rei convoca os nobres a lutar e os pares de gêmeos estarão em lados opostos da batalha. comédia até divertida)


10.  A Marselhesa (um filme feito em tom documental por Jean Renoir em 1938. mostra através de vários personagens, dos cidadãos de Marselha, condes e do rei Luis XVI, os fatos que levaram à revolução e à criação do hino nacional francês de mesmo nome.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A Revolução Francesa de 1789




Cronologia



Em seis anos a Revolução Francesa teve muitos avanços e recuos. Nessa cronologia estão os fatos mais marcantes desde a convocação dos Estados Gerais (1789) até o golpe do 9 Termidor (1794):
1789

  • Março: os camponeses se revoltam nos departamentos de Provença, Picardia e Cambresis;





  • 5 de maio: sessão de abertura dos Estados Gerais, que foram convocados pelo Rei Luís XVI, para resolver a crise;





  • 17 de junho: o Terceiro Estado (povo e burguesia), um dos três grupos dos Estados Gerais, se proclama Assembléia Nacional;





  • 9 de julho: a Assembléia Nacional proclama-se Constituinte;





  • 11 de julho: demitido o ministro das Finanças, Jacques Necker, um progressista; o descontentamento cresce;





  • 12 de julho: vários amotinamentos, incêndios e refregas;





  • 13 de julho: formada uma milícia burguesa;





  • 14 de julho: o povo toma a Bastilha - o símbolo do absolutismo francês;





  • 20 de julho: inicia o chamado "grande medo", pânico geral e mais revoltas;





  • 4 de agosto: a Assembléia vota a abolição parcial de privilégios feudais;





  • 26 de agosto: votação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão;





  • 5 e 6 de outubro: as mulheres marcham a Versalhes e trazem Luís XVI para Paris.1790





  • Maio: discutidos os direitos de paz e guerra. O conde de Mirabeau vende seus serviços ao Rei;





  • 31 de agosto: massacre dos soldados suíços que estavam amotinados em Nancy.1791





  • 20 a 21 de junho: Rei Luís XVI e sua família fogem de Paris, mas são detidos em Varennes;





  • 15 de julho: a Assembléia Constituinte desculpa a fuga do Rei;





  • 17 de julho: La Fayette é acusado de atirar contra os grupos que exigiam a deposição do Rei, no Campo de Marte;





  • 14 de setembro: Luís XVI jura fidelidade à Constituição;





  • dezembro: a França se prepara para enfrentar os exércitos estrangeiros.1792





  • 23 de janeiro: agitações contra a falta de café e açúcar;





  • 15 de março: formado o ministério girondino;





  • 24 de abril: Rouget de Lisle compõe a Marselhesa;





  • 13 de junho: cai o ministério girondino;





  • 11 de julho: a Assembléia Legislativa (eleita após a dissolução da Constituinte) declara: "A pátria está em perigo";





  • 10 de agosto: mais insurreições; o povo assalta o palácio das Tulherias, massacrando os guardas suíços do Rei; é convocada a Convenção Nacional - o órgão máximo;





  • 2 a 6 de setembro: o povo massacra os contra-revolucionários que estão nas prisões;





  • 20 de setembro: o Estado rompe com a Igreja Católica; fica instituído o divórcio;





  • 21 de setembro: abolição da monarquia;





  • 11 de dezembro: inicia o processo de acusação contra Luís XVI.1793





  • 21 de janeiro: guilhotinamento de Luís XVI;





  • 10 de março: instituído o Tribunal Revolucionário, Danton é o ministro da Justiça;





  • 5 de abril: instalado o Comitê de Salvação Pública - um dos braços da Convenção Nacional;





  • 31 de maio a 2 de junho: 27 deputados girondinos são presos em Paris, acusados de conspiração;





  • 10 de julho: reforma do Comitê de Salvação Pública; Danton é afastado;





  • 13 de julho: Marat é apunhalado dentro de uma banheira;





  • 17 de julho: abolição definitiva, sem indenizações, dos privilégios feudais;





  • 27 de julho: Robespierre assume o Comitê de Salvação Pública;





  • 4 e 5 de setembro: o "Terror" entra na ordem-do-dia;





  • 17 de setembro: aprovada lei que permite executar suspeitos;





  • 5 de outubro: entra em vigor o calendário republicano;





  • 16 de outubro: execução da Rainha Maria Antonieta;





  • 31 de outubro: execução dos girondinos.1794





  • 24 de março: executados os seguidores de Jacques Hébert;





  • 30 de março: guilhotinamento dos dantonistas;





  • 10 de junho: reorganização do Tribunal Revolucionário; início do "Grande Terror";





  • 22 e 23 de junho: falham as tentativas de conciliação;





  • 27 de julho: Golpe do 9 Termidor. Robespierre é acusado de tirania e guilhotinado, com 22 dos seus partidários, no dia seguinte.



  • Jacobinos e Girondinos





    Os jacobinos tinham esse nome derivado do seu local de encontro, o Convento de S.Jacques, em Paris. Com o tempo o clube dos jacobinos tornou-se uma poderosa facção revolucionária, compostas pelos democratas mais ardentes e pelos revolucionários mais radicais, que terminaram por formar dentro do eclético corpo do jacobinismo militante, outras tendências, como a dos Cordelliers e a dos Feuillants. Politicamente eles representavam a massa dos sans-culottes, os setores mais pobres da sociedade francesa, os trabalhadores jornaleiros e parte considerável da classe média dos jornalistas, dos advogados e pequenos profissionais que, com o rugir da revolta, assumiram as posições mais extremadas. Inicialmente os jacobinos aceitaram a monarquia constitucional, mas depois, especialmente depois da fuga do rei, foram os mais ardorosos defensores de uma república revolucionária. Os seus líderes mais representativos foram Maximilien Robespierre, um parlamentar vindo de Arras; Georges Danton, o maior tribuno da revolução depois de Mirabeau; Louis Saint-Just, um jovem orador que encarnou os extremismos dos jacobinos; e Georges Couthon.


    reprodução
    Brissot e Robespierre


    Os girondinos, por sua vez, eram os deputados de um departamento do interior da França, a Gironda, área próspera da costa atlântica, tendendo a representar os interesses comerciais e a visão de mundo da burguesia ilustrada, que oscilava entre a monarquia constitucional e a república. A posição deles a favor da conciliação com a monarquia os levou à perdição quando a França foi invadida e encontraram-se os documentos comprometedores da ação do rei. Os mais representativos deles eram o deputado Brissot e o Ministro Roland, em cuja casa, o salão da mme. Roland, reunia-se à elite revolucionária dos girondinos.

    A fuga do rei




    reprodução
    As macabras cabeças decepadas


    O que restava do prestígio de Luís XVI, de resto um homem afável e avesso aos gestos violentos, se desfez em razão de uma desastrada e desesperada tentativa de fuga, ocorrida em 20 de julho de 1791. Antes, o rei já havia passado por outras humilhações. A cinco de outubro de 1789, por exemplo, uma multidão de mulheres marchara de Paris até Versalhes. No dia seis elas invadiram o Palácio de Versalhes e obrigaram-no a voltar, ele e sua família, para o Palácio das Tulherias, em Paris, onde seria colocado sob vigilância popular. O monarca e os seus passaram a morar nas Tulherias, como se fossem prisioneiros de fato.
    Na noite de 20 para 21 de junho de 1791, numa trama arquitetada por Axel de Fersen, um aristocrata estrangeiro muito próximo à rainha Maria Antonieta, o rei Luís XVI tentou escapar da França, acompanhado pela esposa e seus quatro filhos e um grupo reduzido de cortesãos. Sua Majestade escapuliu do Palácio das Tulherias secretamente numa carruagem rumo à Bélgica. Preparada às pressas a tentativa malogrou em Varennes, na fronteira da Bélgica. Justo ali, depois de parar numa taverna, Luís XVI foi reconhecido, detido pela milícia local e recambiado para Paris.

    A convocação dos Estados Gerais



    Os reis da França não convocavam os Estados Gerais - organização integrada por representantes do clero, da nobreza e do povo - desde 1614. Centralizadores, convictos do absolutismo, os reis franceses desprezavam qualquer instituição que lhes criasse obstáculos ao uso irrestrito do poder. Naquele início de 1789, no entanto, Luís XVI resolveu chamar aquela antiga assembléia, cujas origens vinham dos tempos medievais, na tentativa de resolver a grave crise financeira que se alastrava pela França, ameaçando-a com o caos.
    Em 24 de janeiro de 1789, o rei baixou um decreto instituindo as votações para a sua composição, tendo sua primeira reunião marcada para cinco de maio daquele ano, a ser realizada em Versalhes. O local não foi escolhido ao acaso: o Palácio de Versalhes, a morada do rei e sede do governo, era um templo de esplendor erguido por Luís XIV, o rei Sol, para celebrar a magnificência do absolutismo. Luís XVI pretendia de certa forma impressionar os deputados com a suntuosidade das instalações e também não interromper as suas caçadas pelos bosques vizinhos, enquanto os parlamentares tentariam tirar o reino do fundo do poço.